MATERIALISMO DIALÉTICO
BASES TEÓRICAS:
MATERIALISMO
Demócrito: a matéria é composta de partículas ínfimas e
indivisíveis chamadas átomos. As diversas combinações entre eles é que compõem os
diversos tipos de matéria existentes.
Ou seja, a origem da matéria é a
própria matéria.
Epicuro: é o conhecimento do mundo através dos sentidos que leva ao
conhecimento da realidade.
DIALÉTICA
Heráclito: a noção de que a existência é a dinâmica entre os
opostos, um constante movimento de alternância. Nesse movimento constante e
infinito é que se dão as transformações e mudanças que compõem a realidade e
fazem a história.
O materialismo dialético se opõe
ao pensamento de Hegel e Feuerbach.
Dialética hegeliana: idealismo
(doutrina filosófica que nega a realidade individual das coisas distintas do
"eu" e só lhes admite a idéia). Tudo o que ocorre se dá devido ao choque entre ideias opostostas que levam a um concenso, ou desencadeiam em uma ação. Tais ideias podem ser interesses humanos, como honrra ou divergencias de oponiões, ou entre conflitos entre o espírito dos povos.
Dialética materialista: a matéria é a única realidade. Nega que os fatos ocorram devido às ideias (religião, “verdades”, cultura) sendo que tudo o que ocorre se dá devido à contraposições de ordem material, ou do choque entre interesses humanos de origem materialista e econômica.
Ambas sustentam que realidade e
pensamento são a mesma coisa: as leis do pensamento são as leis da realidade.
A realidade é contraditória, mas
a contradição supera-se na síntese que é a "verdade" dos momentos
superados.
Hegel considerava ontologicamente
(do grego onto + logos; parte da metafísica, que estuda o ser em geral e suas
propriedades transcendentais ) a contradição (antítese) e a superação
(síntese);
Marx considerava historicamente
como contradição de classes vinculada a certo tipo de organização social.
Hegel apresentava uma filosofia
que procurava demonstrar a perfeição do que existia (divinização da estrutura
vigente);
Marx apresentava uma filosofia
revolucionária que procurava demonstrar as contradições internas da sociedade
de classes e as exigências de superação.
Ludwig Feuerbach procurou
introduzir a dialética materialista, combatendo a doutrina hegeliana, que, a
par de seu método revolucionário concluía por uma doutrina eminentemente
conservadora. Da crítica à dialética idealista, partiu Feuerbach à crítica da
Religião e da essência do cristianismo.
Feuerbach pretendia trazer a
religião do céu para a Terra. Ao invés de haver Deus criado o homem à sua
imagem e semelhança, foi o homem quem criou Deus à sua imagem. Seu objetivo era
conservar intactos os valores morais em uma religião da humanidade, na qual o
homem seria Deus para o homem.
Adotando a dialética hegeliana,
Marx, rejeita, como Feuerbach, o idealismo, mas, ao contrário, não procura
preservar os valores do cristianismo. Se Hegel tinha identificado, no dizer de
Radbruch, o ser e o dever-ser (o Sen e o Solene) encarando a realidade como um
desenvolvimento da razão e vendo no dever-ser o aspecto determinante e no ser o
aspecto determinado dessa unidade.
A dialética marxista postula que
as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é só
pensamento: é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu
conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória
com o pensamento dialético.
Marx acusou Feuerbach, afirmando
que seu humanismo e sua dialética eram estáticas: o homem de Feuerbach não tem
dimensões, está fora da sociedade e da história, é pura abstração. É
indispensável segundo Marx, compreender a realidade histórica em suas
contradições, para tentar superá-las dialeticamente.
A dialética apregoa os seguintes
princípios: tudo relaciona-se (Lei da ação recíproca e da conexão universal);
tudo se transforma (lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante);
as mudanças qualitativas são conseqüências de revoluções quantitativas; a
contradição é interna, mas os contrários se unem num momento posterior: a luta
dos contrários é o motor do pensamento e da realidade; a materialidade do
mundo; a anterioridade da matéria em relação à consciência; a vida espiritual
da sociedade como reflexo da vida material.
O materialismo dialético é uma
constante no pensamento do marxismo-leninismo (surgido como superação do
capitalismo, socialismo, ultrapassando os ensinamentos pioneiros de Feuerbach).
MATERIALISMO HISTÓRICO
Na teoria marxista, o
materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades
humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente
econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício no qual as
fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas,
enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes,
instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc). A propósito, Marx
escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com
Proudhon:
As relações sociais são
inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças
produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a
vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a
sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo
industrial.
Tal afirmação, defendendo
rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades humanas, foi
estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que
mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe
constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a
estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a
superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os
fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
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