terça-feira, 27 de maio de 2014

SOCIOLOGIA: Max Weber - os tipos de dominação.

Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria dos tipos de dominação. Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode acontecer por motivos diversos, como costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. São elas: legal, tradicional e carismática.


Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. 
        A ideia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto. Assim o poder é totalmente impessoal, onde se obedece à regra estatuída e não à administração pessoal

Exemplo: O Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia.

Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.Não há burocracia, pois todos os procedimentos, todas as atividades dependem doconsentimento pessoal do senhor.

        Exemplo:A autoridade religiosa, a família patriarcal o absolutismo.






Dominação carismática: nesta forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma ou seja, das qualidades execpcionais que lhe conferem especial poder de mando. Weber considerou o carisma uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.

        Exemplo: Ditadores carismáticos, heróis do esporte e da cultura.



terça-feira, 20 de maio de 2014

FIOLSOFIA: Política.

O Estado como Processo Histórico: Hegel e Marx


Hegel e o Espírito como a liberdade:

Dialética: 
           “O puro reconhecer-se-a-si-mesmo no absoluto ser-outro, esse étercomo tal, é o fundamento e o solo da ciência, ou do saber em sua universalidade. O começo da filosofia faz a pressuposição ou exigência de que a consciência se encontre nesse elemento. Mas esse elemento só alcança sua perfeição e transparência pelo movimento de seu vir-a-ser.”
Fenomenologia do Espírito, 

Introdução



A Formação do Estado Moderno





  • A História está em um constante movimento dialético, impulsionada por “Ideias”.
  • Os Momentos da dialética são: 
  • A TESE: Situação histórica dada, momento material determinado.
  • A ANTÍ-TESE: Ideia vinculada à transformação, à mudança dos paradigmas vigentes.
  • (Negação da Tese)
  • A SÍNTESE: Novo momento material que surgirá do confronte entre a tese (situação) e a antítese (Ideia); a síntese é o resultado do processo.

O Espírito Absoluto

  • Somatória de todos os indivíduos que existiram, existem e que existirão. 
  • A Razão
  • Uma razão (humana) que governa e orienta a História.
  • As Manifestações do Espírito:
  • Arte, Religião judaico-cristã, a Filosofia
A REALIZAÇÃO DO ESPÍRITO

  • O Espírito Absoluto realiza-se por completo no Estado Moderno, pois essa forma de Estado é a ideia de participação e reflexão dos indivíduos atualizada.
  • A ETICIDADE: Considerar os indivíduos como iguais, como partes integrantes do todo; da mesma maneira que o espírito é formado por todos, o Estado Moderno é a realização da ideia de Liberdade e Ética para todos. 

Contratualismo:



A Política:  Nicolau Maquiavel

  • Renascimento
  • História Cíclica (Repetição)
  • Ciências Políticas (Manutenção do Poder)
  • Fortuna 
  • Ocasião
  • Virtù: Conhecimento e Prática desvinculada de Ideologias
  • Aparentar aos Súditos
  • Temido ou Amado? Nunca Odiado
O Estado Liberal:

Adam Smith:
  • Fala da economia, mas acaba por lançar as bases do Estado liberal: o Estado mínimo. 
  • A economia se auto regula.
  • O Estado não deve interferir na economia - nem na geração de empregos.
  • O homem por sí só promove sua prosperidade.
  • Otimismo.
Positivismo:
  • O Estado progride, as massas progridem e o homem atingirá o Estado Positivo.
  • Questão de Tempo.
  • O capitalismo é justo pois dá aos homens a liberdade para prosperar pela sua vontade e condições particulares.
  • Justifica a desigualdade e a exploração de classes sociais e nações.

Karl Marx
  • A base de cada sociedade humana é o processo de trabalho, seres humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e, portanto, para satisfazer suas necessidades. 
  • Infra-Estrutura: base material que é edificada toda sociedade humana.
  • Infra-Estrutura: Manifestações resultantes da base material. Segundo Marx, toda a estruturação Política, Jurídica e Religiosa de uma sociedade. 
A Inversão da Dialética Hegeliana

Materialismo:
  • A sociedade humana é edificada a partir de uma base material, o processo do trabalho social.
  • Histórico:
  • A sociedade é o resultado de diversas contradições e conflitos que se manifestam na história humana.
  • Dialético:
  • Existe um motor na história humana, porém, ao contrário de Hegel, o pensamento marxista compreende a base material como determinante da estrutura ideológica de um grupo social. 
A Alienação Econômica

  • O capitalismo é um sistema econômico no qual os produtores individuais não sabem de antemão se os seus produtos atenderão uma necessidade social. 
  • A Classe trabalhadora (Operários) vive em uma condição de alienação, isto é, são colocados como objetos da produção social; essa condição é imposta pela classe Burguesa. 
Socialismo e Comunismo

  • O Comunismo é uma estrutura socioeconômica e uma ideologia política, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade privada. 
  • O Socialismo seria uma fase intermediária entre o Estado Comum e o Estado Capitalista; fundamenta-se na tomada do Estado pela classe operária com o intuito de dividir o Capital que foi acumulado pela classe burguesa.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Castas e estamento segundo Max Weber

     O conceito de estamento e de casta foi desenvolvido pelo sociólogo alemão Max Weber. Trata-se de estratos sociais referentes a sociedades sem mobilidade social e que tem sua divisão social baseada em honras, status e prestígios. Nestas sociedades, pertencer a determinado estrato social significa ter determinados privilégios em relação a outro estamento. Há também proibições para os estamentos, coisas que um determinado integrante não pode fazer. Partido do exemplo da sociedade indiana, Max Weber estabelece as castas como um caso extremando dos estamentos, com o diferencial de ter como critério de distinção a questão religiosa.
     A sociedade estamental clássica é a sociedade feudal da Idade Média, com seus três estamentos bem definidos: os nobres, que lutam, o clero que ora, os servos que trabalham. Ser nobre significava vir de uma família nobre, ter privilégios, e era muito mais importante que ter propriedades. O nobre mostrava seu valor em suas lutas. Naquela época, não havia contratos escritos, pois isso significaria duvidar de um nobre. Um exemplo de privilégios pode ser ilustrado pelo filme “Coração Valente”, em que um nobre tem privilégios sobre a primeira noite de uma serva após o casamento desta. Um nobre não pagava estadias, ou o que consumia nas tabernas medievais.
     Não é apenas na Idade Média que podemos ver os estamentos. No Brasil Colonial, por exemplo, temos a relação senhor de engenho x escravo pautar-se por privilégios do primeiro. Os privilégios dos senhores de engenho eram tantos que até mesmo dispunham do “direito” sobre a vida ou morte dos escravos. Ser senhor de engenho significava ser melhor que o escravo.
     Pertencer a uma casta ou a um estamento superior também significa determinadas proibições, um nobre ou um senhor de engenho não poderiam exercer trabalhos manuais, por exemplo, pois isso significaria uma desqualificação, uma fez que trabalho manual estaria associado a trabalho manual. Determinadas castas, na Índia, não poderiam praticar atividade comercial, tarefa reservada para uma casta específica. Por outro lado, as proibições para os estamentos inferiores são maiores e a estes, reservado as atividades ditas desonrosas.
    Nas sociedades estamentais, como o posicionamento é dado pelo casamento, não há mobilidade social e o casamento entre estamentos diferentes é proibido.

domingo, 18 de maio de 2014

Mentiras sobre a Idade Média que aprendemos no cinema | OmeleTV #273.4

http://omelete.com.br - Não raro o cinema estabelece costumes de época que não são verdadeiros. Nesse novo bloco do OmeleTV decidimos pegar vários filmes que retratam a Idade Média de uma maneira errada. Por exemplo: não existiam tavernas àquela época, sabia? 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

SOCIOLOGIA: Durkheim e o Fato Social

O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem poder de coerção sobre o indivíduo.

 

        Ao final do século XIX, no período de formação da Sociologia enquanto ciência, Émile Durkheim preocupava-se em criar regras para o método sociológico, garantindo-lhe um status de saber científico, assim como as demais áreas do conhecimento, a exemplo da biologia, da química, entre outras. Contudo, tão importante quanto definir o método era definir o objeto de estudo. Assim, segundo Durkheim, à sociologia caberia estudar somente os “fatos sociais”, e estes consistiriam em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção sobre este mesmo indivíduo.
        As respostas para nossa organização social estariam nos fatos sociais e para isso seria necessária a aplicação de um método para os compreendermos melhor enquanto objeto sociológico, devendo ser vistos como se fossem “coisas”, como se fossem objetos passíveis de análise, assim como a biologia se debruça sobre uma planta. Para ele, o homem naturalmente cria falsas noções do que são as coisas que o rodeiam, mas não é através da criação de ideias que se chegará à realidade. Para Durkheim, deve-se propor a investigação dos fatos para buscar as verdadeiras leis naturais que regem o funcionamento e a existência destes, pois possuem existência própria e são externos em relação às consciências individuais.
        Em sua obra intitulada As regras do método sociológico, de 1895, Durkheim afirma que “espera ter definido exatamente o domínio da sociologia, domínio esse que só compreende um determinado grupo de fenômenos. Um fato social reconhece-se pelo seu poder de coação externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder reconhece-se, por sua vez, pela existência de uma sanção determinada ou pela resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual que tenda a violentá-lo [...]. É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais”. Os fatos sociais dariam o tom da ordem social, sendo construídos pela soma das consciências individuais de todos os homens e, ao mesmo tempo, influenciam cada uma.




        O importante é a realidade objetiva dos fatos sociais, os quais têm como característica a exterioridade em relação às consciências individuais e exercem ação coercitiva sobre estas. Mas uma pergunta se coloca: de onde vem esta ação coercitiva? Pensemos em nossa sociedade atual. Fomos criados, por nossos pais e pela sociedade, com a ideia de que não podemos, em um restaurante, virar o prato de sopa e beber de uma só vez, pois certamente as pessoas vão rir ou talvez achar um tanto quanto estranho, já que existem talheres para se tomar sopa. Não existem leis escritas que impeçam quem quer que seja de virar o prato de sopa, segurando-o com as duas mãos para beber rapidamente. No entanto, a grande maioria das pessoas se sentiria proibida de praticar isso. Da mesma forma, por que quando trabalhamos em um escritório ou algum lugar formal os homens estão de terno e não de pijamas? Isso é a ação coercitiva do fato social, é o que nos impede ou nos autoriza a praticar algo, por exercer uma pressão em nossa consciência, dizendo o que se pode ou não fazer.
Se um indivíduo experimentar opor-se a uma dessas manifestações coercitivas, os sentimentos que nega (por exemplo, o repúdio do público por um homem de terno rosa) voltar-se-ão contra ele. Em outras palavras, somos vítimas daquilo que vem do exterior. Assim, os fatos sociais são produtos da vida em sociedade, e sua manifestação é o que interessa a Sociologia.

Paulo Silvino Ribeiro

Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Doutorando em Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas